Você sabia nossa alimentação pode interferir diretamente na eficácia dos medicamentos? Essa interação pode ser boa, potencializando os efeitos da medicação, ou ruim, reduzindo-os. Estudos recentes mostram que a biodisponibilidade de determinados fármacos pode ter queda de mais de 30% por conta da influência de algum alimento que consumimos.
Ao impedir ou reduzir a absorção do medicamento, o tratamento é comprometido, e por isso é importante que pacientes, médicos e farmacêuticos fiquem sempre atentos a essas possíveis interações.
Normalmente, os idosos estão mais propensos a sentir os efeitos da relação entre alimentos e medicamentos, já que as alterações em seu organismo, por si só, já dificultam a absorção de fármacos e a eliminação de toxinas.
A queda da eficácia do tratamento, aliada ao aumento de efeitos colaterais e à má absorção de nutrientes pode levar a quadros de desnutrição, comprometendo o estado clínico geral do paciente. Crianças, grávidas, lactantes e pessoas com problemas renais também merecem atenção especial neste tópico.
Exemplos de interações entre alimentação e medicamentos e como evitá-las
A Levodopa, usada no tratamento de pacientes com Parkinson, por exemplo, não deve ser associada a alimentos proteicos, especialmente aqueles ricos em tirosina, como ovos, peixes, carnes, oleaginosas e feijão. Por sua vez, o canabidiol, também usado para amenizar os sintomas da doença, tem natureza lipofílica, e por isso deve ser administrado próximo às refeições, de preferência com alimentos mais gordurosos. Com isso, sua biodisponibilidade pode ser elevada em até 90%.
Algumas medidas simples podem evitar interações indesejáveis com medicamentos, como, por exemplo, tomar os remédios sempre no mesmo horário, conforme a prescrição médica. A advertência sobre proibição de consumo de bebidas alcoólicas durante determinado tratamento deve ser seguida à risca, já que o álcool pode modificar os efeitos de alguns medicamentos, como analgésicos, insulina e metformina.