Hoje é comemorado o Dia do Psicólogo. A data foi instituída no Brasil em 1962, quando o então presidente João Goulart sancionou a Lei nº 4.119, que dispõe sobre a profissão. A Psicologia surgiu em 1879 como uma disciplina científica na Alemanha, criada por Wilhelm Wundt, e é definida como o estudo científico do comportamento e dos processos mentais. Apesar de ser considerada uma ciência jovem, já existem diversas correntes da Psicologia, que diferem em conceitos e métodos de trabalho. No texto de hoje, vamos mostrar algumas das principais abordagens da psicologia atreladas à tradição de um Psicólogo Clinico.
1.Psicanálise
Essa talvez seja a corrente mais conhecida da Psicologia. Desenvolvida no fim do século XIX por Sigmund Freud, ela busca descrever as causas dos transtornos mentais, o desenvolvimento humano, sua personalidade e motivações. De acordo com Freud, o ser humano funciona por meio de duas pulsões inatas, a sexual e a de morte.
Freud desenvolve toda a sua explicação pelos níveis de consciência, buscando estimular o próprio paciente a ter seus insights, ou seja, que ele mesmo compreenda o que está acontecendo consigo e quais vias ele pode usar para se modificar e sair desse problema. Trata-se de uma técnica não diretiva, ou seja, o analista não sugere que o paciente faça isto ou aquilo. A análise acontece a partir das associações do paciente.
2. Behaviorismo ou Analítico Comportamental
Como o próprio nome diz, quem utiliza essa linha trabalha diretamente no comportamento das pessoas. Assim, o analista avalia a demanda do paciente e por meio de técnicas específicas, auxilia na transformação comportamental.
Por ser ligada às atitudes do avaliado, ela se utiliza de um modo diretivo. Frequentemente são passadas “tarefas de casa” que ajudam o paciente a ter contato com o que o aflige em pequenas doses, de modo a transformar sua visão sobre aquilo e, aos poucos, superar os incômodos apresentados na sessão.
3.Psicologia Analítica de Jung ou Análise Junguiana
Baseada nas ideias de Carl G. Jung e pós-junguianos, tem como principal objetivo auxiliar o indivíduo a resgatar aquilo que é a sua essência, ou seja, viver de acordo com aquilo que ele realmente é. O terapeuta busca compreender simbolicamente o que aquela situação está representando para o paciente, que por sua vez, começa a compreender melhor a si mesmo e como ele “funciona” no mundo. A transformação na terapia só é possível quando se estabelece uma relação genuína entre ambos.
4.Psicologia Cognitivo-Comportamental ou TCC (Terapia Cognitivo Comportamental)
Quem trabalha com essa abordagem tem seu foco voltado para mudar pensamentos disfuncionais, ou seja, aqueles que nos fazem “perder a fé” em nós mesmos, como o típico “eu nunca vou conseguir fazer isso” ou “eu não faço nada direito”. O embasamento teórico aqui vem especialmente dos trabalhos de Aaron Beck, que diz que o que o terapeuta precisa fazer é ajudar o paciente a ter uma visão de mundo diferente e mais adequada para enfrentar os estímulos externos. A ideia é mostrar que esses pensamentos podem ser modificados com muito treino e raciocínios funcionais, como “isso eu não fiz direito, mas acertei daquela outra vez”.
5.Psicologia Humanista
Essa vertente tem como percursor Carl Rogers e se baseia na aceitação, no conceito de que só conseguimos mudar quando assumimos a nós mesmos que existe um problema que precisa ser tratado. O Humanismo acredita que toda pessoa tem capacidade de crescimento e desenvolvimento. Para propiciar isso, o terapeuta não direciona, mas cria um ambiente acolhedor e empático, em que o paciente possa se desenvolver na direção que escolher e ser realmente quem é, gerando mudança e inserindo autoconfiança.
6.Gestalt-terapia
Essa abordagem surgiu entre os anos 1950 e 1960. Sua teoria veio com uma visão mais integrada, colocando em foco mente e corpo como uma unidade, sem cisão. Tem uma visão holística de homem e de mundo, em que um afeta o outro. Acredita que o sentir, o pensar e o agir precisam estar em sintonia e serem respeitados para que haja saúde. Esse tipo de terapia é focada no presente. Utiliza o método fenomenológico, não busca as causas para um sintoma, mas sim o seu entendimento sob vários aspectos. Dessa forma ela é aberta, não direcionada e visa que o paciente se desenvolva e encontre um jeito positivo de estar no mundo no momento presente.
Vale ressaltar que a Psicologia como ciência e profissão vai muito além dos modelos clínicos apresentados acima. Podemos encontrar a Psicologia em diversas áreas de atuação, como: Psicologia Hospitalar, Psicologia Escolar, Psicologia Jurídica, Psicologia Organizacional, Psicologia Social, Psicologia no Esporte, Psicologia no Transito, Psicopedagogia, Psicomotricidade, Neuropsicologia, entre outras.